Segurança pública

Em entrevista, Paula Mascarenhas diz: “Estamos em uma situação melhor”

Prefeita analisa a segurança do Município e projeta o futuro

Foto: Jô Folha - DP - "Nós conseguimos aprovar a Lei, mas ela não vem para resolver tudo", diz a prefeita sobre a lei do sossego

Por Vitória de Góes
[email protected]

À vista da curva decrescente nos casos de violência no Município, o DP conversou com a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) sobre o tema e as perspectivas futuras de políticas públicas como as Operações Integradas.

Ao que se deve essa diminuição nos índices de violência no Município ao longo desses anos?
A gente atribui essa queda a uma priorização deste tema nas políticas públicas. O pacto Pelotas pela Paz nasceu dessa intenção de priorizar a segurança pública, envolvendo não só a Prefeitura, mas todas as instituições de segurança. A gente precisa compartilhar com todas essas instituições que estavam abertas a um trabalho coletivo, interinstitucional, que tem dado esse resultado. E também, a outros eixos do Pacto que estavam lá desde o início, como o de Prevenção à Violência, que ao longo desses anos nós tivemos mais de 50 projetos desenvolvidos. Além disso, a questão do urbanismo, a partir da ideia de qualificar os espaços públicos, como a iluminação em led. Então são vários aspectos que foram desenvolvidos e juntos provocam essa redução.

Mesmo a maioria dos números apresentando queda, os casos de violência contra a mulher têm crescido. Como a gestão vê isso e quais são os planos para reduzir esses números?
A violência contra a mulher é um aspecto que merece nossa atenção e a gente entende que não é um dado que consigamos monitorar como os outros, porque normalmente essa violência ocorre dentro de casa e para a gente monitorar dependemos muito da denúncia da vítima, e muitas não denunciam. Com isso, a gente tem fortalecido alguns programas como o Centro de Atendimento à Mulher Cláudia Hartleben, que oferece serviços de acompanhamento com assistentes sociais, psicólogos, para essas mulheres vítimas de violência. Agora nessa atualização com novos objetivos para o Pacto, justamente se destaca a violência contra a mulher e a perturbação do sossego como elementos importantes para esse novo momento.

Completando seis anos das Operações Integradas, o que precisa ser revisto e atualizado dentro dessas ações?
O grande desafio para as Operações, para o Pacto e para qualquer política pública que chega com sucesso aos seis anos e que exige dedicação de tantos servidores e que tenha um leque tão grande de ações, é não relaxar com os números, mas manter o trabalho, o planejamento e manter também os resultados. Eu estou muito satisfeita de ver essa manutenção, já chegamos aos seis anos, mas podemos chegar aos 20. E, claro, abordar temas importantes que estão surgindo, como a perturbação do sossego, a violência contra a mulher e também a violência contra a criança porque a primeira infância passou a ser também a prioridade do nosso Município.

Poderia falar sobre a situação da perturbação do sossego e por que é um desafio tão grande para o Município?
Na verdade, a perturbação do sossego é um fenômeno mais ou menos novo e que tomou uma proporção grande nos últimos anos não só em Pelotas. Liderados pelo Observatório de Segurança e a coordenação do Pacto Pela Paz, nós fizemos uma avaliação mais profunda através de enquetes com as pessoas que se sentem incomodadas, com aquelas que estão no seu divertimento, mas causando perturbação, e com as forças de segurança, e tiramos algumas conclusões. A primeira é de que é mais que um simples fenômeno, é uma questão de convivência, de como ter direito à cidade, ao divertimento, ao descanso, e é complexo. A responsabilidade do poder público é tentar apontar caminhos e engajar a comunidade na busca por soluções. Nós conseguimos aprovar a Lei, mas ela não vem para resolver tudo. A Lei é mais uma ferramenta para que possamos agir melhor. Agora nós queremos lançar uma campanha para chamar as pessoas à reflexão.

Para finalizar, qual o balanço, o que precisa ser feito, qual o futuro dessas ações?
Acho que a partir de agora se compreende que é muito melhor viver numa cidade mais pacífica, não é que não haja mais violência em Pelotas, mas comparado ao que havia há alguns anos atrás nós estamos numa situação muito melhor. Quero muito aproximar as questões de prevenção à violência com foco na primeira infância. A gente quer que as nossas crianças tenham uma infância mais alegre, mais protegida, com mais afeto para poder construir uma sociedade de pessoas emocionalmente mais saudáveis, então isso é um grande objetivo.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Incentivo à inovação transforma Pelotas em polo tecnológico Anterior

Incentivo à inovação transforma Pelotas em polo tecnológico

Concorrência entre telefônicas diminui em 25 anos de privatização Próximo

Concorrência entre telefônicas diminui em 25 anos de privatização

Deixe seu comentário